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terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Chris Hedges: «DOMÍNIO COLONIAL NA PALESTINA»


 Um documento importante, esta entrevista a Noura Erakat, jurista e professora na Univ. Rutgers (EUA), feita por Chris Hedges. Documenta mais de um século de colonização da Palestina. Indispensável para se compreender o presente.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

MERGULHÁMOS NA BARBÁRIE, DE NOVO


Foto: Criança ferida é transportada para urgência do hospital Al-Shifa






Eu uso a expressão no título acima, não em termos metafóricos, mas literalmente. 

Com efeito, não há nada mais cruel e bárbaro do que a punição coletiva. É isso que governo e exército israelitas estão a fazer em Gaza e nos Territórios Ocupados, incluindo Jerusalém Este.  

Qualquer que seja a avaliação que se faça da ação do Hamas a 7 de Outubro, esta nunca pode ser justificação para o assassínio de mais de 10 mil civis, na sua maioria crianças, mulheres e idosos. O governo de Israel e quem o apoia, é que se colocam à margem da legalidade. Todos nós vemos, horrorizados, que estão a cometer crimes de guerra, «justificando-se» com um tecido de mentiras e de frases bíblicas (usadas fora de contexto, claro).

Se existe culpa coletiva, então o Ocidente é culpado:

A Grã-Bretanha, em primeiro lugar e os vencedores da  IIª Guerra Mundial, a França, a União Europeia, os Estados Unidos e Canadá. 

A Grã-Bretanha, produziu a declaração Balfour, em 1917: Foi negociada com o movimento sionista. Em troca, este devia exercer pressão para a entrada em guerra dos EUA, na 1ª Guerra Mundial. Durante o período entre as duas Guerras Mundiais, muitos judeus foram encorajados a emigrar para a Palestina, mas os autóctones, os palestinianos, não lhes era reconhecido o direito a terem a sua nação. Grupos terroristas judaicos, como a Irgun, fizeram ataques terroristas contra povoações palestinianas, com o objetivo de as expulsar de suas terras. A limpeza étnica e os atos terroristas continuaram depois da IIª Guerra Mundial e da proclamação do Estado de Israel, em 1948. As grandes potências vencedoras decretaram a «solução» dos Dois Estados, que não tinham real intenção de implementar. Os sucessivos governos israelitas, sabendo isso, continuaram a sua política de apartheid e de roubo de terras palestinianas, sem que houvesse real impedimento da parte da ONU. Israel deve ser o país com maior número de resoluções condenatórias na ONU, talvez com a exceção da África do Sul do tempo do apartheid. As guerras Israelo-Árabes de 67 e 73 foram pretexto para causar ainda mais miséria, com a ocupação dos territórios palestinianos. A população nos territórios ocupados tem sido sujeita a brutalidades, prisões arbitrárias, assassinatos pelo exército israelita ou por colonos, expulsão e arrasamento das suas casas, como «punição» por serem da família de membros da resistência. 

A França entregou a Israel a tecnologia necessária para construir bombas nucleares. Israel é uma potência nuclear que - hipocritamente - não o reconhece, só para não ter que se sujeitar a inspeções. 

Todos os anos, em quaisquer circunstâncias, Israel recebe ajuda dos EUA no valor de  3,5 biliões de dólares. É uma ajuda incondicional, portanto pode ser usada como eles entenderem.  Além disso, na situação presente, Biden fez aprovar pelo congresso dos EUA, uma ajuda extra de 40 biliões de dólares e enviou a frota americana para as costas de Israel. 

Se há culpa coletiva para os palestinianos, então também existe para os israelitas e também para todos o países ocidentais que apoiam, ativa ou passivamente, a criminalidade monstruosa do Estado de Israel.

Tenho um profundo desgosto por ver isto tudo. Ajoelho-me diante do povo mártir da Palestina. 

Não existe humanidade «A», humanidade «B», ou «C». É trágico e traz consequências de longo prazo, que a legalidade internacional, as leis humanitárias, as convenções de Genebra, etc., estejam a ser espezinhadas, com a conivência das autodesignadas «democracias». Cada vez mais, são vistas pela maioria da humanidade como um clube de ricos, com mentalidade colonialista e racista

Eu sei que muitas pessoas, nestes países ocidentais, não são egoístas. Estão a lutar para que acabe este horror e se abram vias para uma solução negociada.  Porém, se houvesse consciência suficiente e geral das populações no chamado «Ocidente», do grau de criminalidade do governo de Israel e dos governos que apoiam as políticas de Israel, as coisas não teriam chegado ao ponto desta tragédia. 

O Estado de Israel não é omnipotente: O que faz, sabe muito bem que pode fazê-lo, porque no Ocidente não existe coragem moral dos dirigentes para os obrigar a parar, muito menos de serem julgados como criminosos que são!

Há uma consequência global, para além do que está a acontecer em Israel/Palestina, neste momento:

Criou-se o precedente de que não existem condenação e medidas eficazes para parar um genocídio. Os Estados mais poderosos não estão preocupados com as resoluções da ONU, sequer. 

Amanhã, em qualquer ponto do globo, pode haver outro holocausto, semelhante ao que sofre - agora - o povo palestino. Pode ser no teu país, na tua cidade. Ninguém pode contar com as instâncias internacionais, que tinham o encargo de prevenir, minorar e acabar com  as guerras e os desastres humanitários: Nem a ONU e suas agências, nem o TPI  ou os governos hipócritas que têm a boca cheia da expressão «direitos humanos», mas o cérebro deles está corrompido.

Identifico-me com os ativistas, que em Nova Iorque, em Seul e noutros pontos, fizeram manifestações pela Palestina Livre e contra o Genocídio e Limpeza Étnica que o governo israelita está a levar a cabo. O vídeo mostra algumas dessas ações:


PS1: Abaixo, um sumário da cimeira virtual de emergência dos BRICS, incluindo os novos membros, sobre o genocídio em Gaza e as medidas a tomar (o texto francês tem tradução em inglês e espanhol)

https://www.voltairenet.org/article220045.html

PS2: Jonathan Cook denuncia a deliberada (e transparente) limpeza étnica do governo israelita em relação à população de Gaza, reproduzindo as táticas criminosas da 1ª Nakba, em 1948. Denuncia igualmente a falsa miopia dos órgãos de  informação ocidentais que recusam ver e reconhecer que se está perante um crime hediondo: https://www.jonathan-cook.net/2023-11-21/israel-goals-lies-1948-gaza/

PS3: O Dr. Gabor Maté é sobrevivente do Holocausto judaico, durante a IIª Guerra Mundial. Ele, como verdadeiro humanista, tem palavras justas e severas sobre os dirigentes ocidentais, que apoiam o genocídio e limpeza étnica dos palestinianos, que está realizando o governo e os militares de Israel. Mais uma prova de que ser-se antissionista não tem nada que ver com ser-se antissemita:

https://informationclearinghouse.blog/2023/11/22/the-darkest-thing-ive-seen-dr-gabor-mate-on-western-countries-supporting-israels-gaza-slaughter/

PS4: O ataque ao hospital Al-Shifa, pelas forças do exército de Israel, fez-se sabendo eles que o quartel-general do Hamas NÃO estava localizado por baixo do hospital: Leiam a importante descoberta feita por Consortium News, que invalida o motivo do exército ocupante israelita para atacar o hospital. Além disso, esta tática revela a criminalidade perversa dos responsáveis:
 «But something quite unexpected had happened during this new round of press stories on al-Shifa that completely demolished the entire IDF story line: the IDF had gained control of the real Hamas command and control center in an area where the Hamas leadership had previously had their above-ground offices in the Al Atatra neighborhood, in the extreme northwest of Beit Lahiya city, 8.5km away from al-Shifa.»

PS5: Caitlin Johnstone a propósito de dois pesos duas medidas, no seu esclarecedor artigo, afirma:

«Really “international law” does not exist in any meaningful way, which is why powerful governments always just ignore it while the people who are actually detained by the ICC are always from weaker nations (overwhelmingly African). Perhaps nothing better exemplifies this dynamic than the the US government’s American Service-Members’ Protection Act, better known as the Hague Invasion Act. This 2002 law authorizes the use of military force to liberate any US or US-allied military personnel from any ICC attempt to prosecute them for war crimes. “US-allied” would ostensibly include Israeli forces.»

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

NOVA ORDEM MUNDIAL E Iª GUERRA MUNDIAL

                           https://www.youtube.com/watch?time_continue=2010&v=FzVd7XCTu28
Um grupo de industriais e banqueiros conseguiram fazer com que a guerra fosse desencadeada. Além disso, através da guerra, fizeram com que a economia permanecesse completamente dependente da finança e dos monopólios do aço, da química, do petróleo... 

EPISÓDIO 1: 

EPISÓDIO2: 

Vale a pena ouvir e ver atentamente este documento, que revela, entre muitas coisas, a realidade da propaganda, para a qual intelectuais famosos contribuíram com romances e outras obras literárias. 

A militarização da sociedade, que ocorreu a partir da Iª Guerra Mundial, e continuou durante todo o século XX é uma história que poucos conhecem.

A «nova ordem mundial» é o fio condutor e guião das elites antes, durante e depois da Iª Guerra Mundial.

Não existe um globalismo «democrático» ou «alternativo». O globalismo sempre foi o programa da elite, dos grandes banqueiros e industriais... 


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

ESTATUTO DE JERUSALÉM - INEGOCIÁVEL... NO PRESENTE CONTEXTO!

          

Temo que se trate de um rastilho para uma explosão de violência, a calculada jogada do Governo dos EUA, dominado pelo lóbi pró-Israel, de transferir sua embaixada em Israel, de Tev-Aviv para Jerusalém.

Compreendamos que esta manobra está carregada de simbolismo e tem uma mensagem clara de incondicional apoio à agenda sionista, a todos os níveis, mesmo com violação do estatuto de Jerusalém como «cidade santa».

O Papa reagiu e bem. Mas devemos ter em conta os fanáticos das religiões monoteístas, que se combatem uns aos outros, durante séculos; são eles que estão em pé de guerra. 
Não que - no fundo - lhes interesse preservar o estatuto religioso deste local, como confluência das três grandes religiões monoteístas, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo! Mas, como luta para preservar situações:

- a situação colonial herdada da declaração Balfour (que agora completou um século), em que a Palestina é dada a colonos judaicos, de origem europeia, o monopólio sobre um território antes debaixo do império Otomano.  

- a situação de um país - a Palestina - que tarda em ser reconhecido plenamente, devido à insistência da super-potência dominante em jogar o jogo dos colonialistas sionistas. 

- por fim, a situação de permanente desautorização a que chegou a ONU, neste assunto da Palestina, mas que se alarga a outros. 
Que eles (os dirigentes de Washington coligados com os sionistas) façam isso sob chantagem ou voluntariamente... não tenho a certeza, mas é secundário! 

Vejo que não existem reais boas vontades, de parte a parte; existe rancor acumulado e a «política do facto consumado». 
Estamos perante mais um desenvolvimento da longa «guerra assimétrica», de libertação (incompleta) de uma situação colonial.

- Os passos que a resistência palestiniana possa dar, têm de ser muito cuidadosos, para não cair numa armadilha, preparada pelos sionistas, com o beneplácito dos seus mentores, em Washington.